sexta-feira, 2 de maio de 2008

Culinária na escola


De pequenino se torce o pepino

Quem sabe cozinhar sabe comer. Foi o que pensaram os responsáveis britânicos das áreas da saúde e ensino ao criarem aulas de culinária obrigatórias para estudantes entre os 11 e 14 anos. O Governo inglês acredita que a medida ajudará a combater a obesidade, já que os especialistas estimam que dentro de uma década e mantendo-se a tendência actual, existirão no país mais de um milhão de crianças gordas.

As aulas vão ocupar uma hora por semana durante, pelo menos, um trimestre do ano lectivo e irão ensinar os jovens a cozinhar de forma saudável, que deverão contribuir com os ingredientes, estando previsto um subsídio para os mais carenciados.

A iniciativa já está, no entanto, a suscitar críticas. A Associação Nacional da Directores das Escolas Britânicas, por exemplo, considera que será difícil formar professores nesta área e alega que os utensílios para uma aula de culinária custam dinheiro.

Críticas à parte, a ideia parece ser a de ensinar para prevenir e, se a experiência resultar, poderá vir a ser adoptada noutros países incluindo Portugal, que também já começa a ter muitos jovens gordinhos.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Posso Ter Uma Vida Normal?

Parte II
Os diabéticos podem ter uma vida perfeitamente normal salvo pequenas preocupações que devem ter sempre em consideração.

Para começar, a melhor forma de prevenção é através da educação. É preciso incutir no diabético um estilo de vida saudável. Os principais tópicos de educação devem centrar-se na alimentação (correcto regime alimentar), na autovigilância (peso, glicemias diárias, auto-observação dos pés, etc.), na higiene corporal (cuidados com as unhas, com o calçado, por causa da neuropatia periférica), na consciência dos sinais de alarme e como actuar (hipoglicemia, cetoacidose diabética), e na gestão da medicação.

O excesso de peso e a obesidade estão intimamente relacionados com a diabetes.
Em geral, a alimentação do diabético deve ser tão equilibrada como qualquer regime cuidado de um não doente; não há alimentos proibidos. O diabético não deve suprimir os glúcidos na sua alimentação, mas dosear as gorduras, privilegiar as fibras alimentares, comer várias vezes ao dia e a horas regulares, usar modos de cozedura como o vapor, os estufados e a panela de pressão e considerar que a água é a bebida ideal (estão desaconselhadas as bebidas açucaradas e pode beber um copo de vinho às refeições mas nunca em jejum, pois pode provocar hipoglicémia). O açúcar simples, presente em doces, bolos, refrigerantes, gelados, chocolates e outros, não são recomendados, pois favorecem a rápida subida da glicose no sangue. Também muitos dos alimentos dietéticos existentes no mercado devem ser consumidos com moderação e sob orientação do nutricionista. De facto, mesmo desprovidos de sacarose (conhecida por açúcar branco), têm geralmente uma elevada quantidade de gordura na sua constituição, o que aumenta a densidade calórica e pode levar a um aumento de peso.

A actividade física pode diminuir o risco de aparecimento de DM2. Nos que já são diabéticos, ou pré-diabéticos, a actividade física parece melhorar a qualidade de vida e reduzir o risco de mortalidade cardiovascular associada a esta doença metabólica. No entanto, antes de começar um plano de treino aeróbico e de força, o doente deve ser avaliado por um médico, para estratificar o seu risco para o início da prática de actividade física, dado o seu potencial de doença cardiovascular silenciosa. Há exercícios que podem estar contraindicados a alguns diabéticos e, da mesma forma, um doente com diabetes sem glicémias controladas não deve iniciar o seu plano de treino.





Mude os seus hábitos, mude a sua atitude, mude o seu visual. Invista numa vida ainda mais saudável

Diabetes, Uma Marca de Açúcar?

Parte I

Descobris-te que és diabético e não fazes a mínima ideia do que isso é? Então foi a pensar em ti que decidimos falar sobre esta doença que cresce de dia para dia nas sociedades ocidentais. Nesta primeira parte damos-te a conhecer a doença e numa posterior dar-te-emos algumas dicas de como conciliá-la com o dia-a-dia e como tentar preveni-la.

MUITOS DE NÓS já ouviu falar da Diabetes. Alguns poderão até ter uma noção do que se trata. Mas a maior parte das pessoas ainda não sabe verdadeiramente no que consiste esta doença.

Afinal, em que é que consiste a diabetes?

As concentrações de açúcar no sangue variam durante o dia, aumentado sempre após as refeições. A insulina, hormona produzida pelo pâncreas, é responsável pela manutenção dos valores adequados de açúcar no sangue. Na diabetes existe falha deste mecanismo de compensação, resultando numa deficiente capacidade de utilização do nosso organismo da nossa principal fonte de energia – a glucose. Se a glucose não for utilizada, acumula-se no sangue (hiperglicémia), favorecendo algumas complicações vasculares graves.

Existem vários tipos de diabetes. A mais frequente (90% dos casos) é a chamada DM2. Também designada diabetes não-insulino dependente, ocorre quase sempre associada à obesidade visceral (caracterizada pela acumulação de gordura no tronco, especialmente na região abdominal), em indivíduos com predisposição genética. O seu aparecimento e progressão são favorecidos no contexto de um estilo de vida não promotor de saúde: pouco exercício físico, com consumo excessivo de calorias e gorduras. Na diabetes tipo 2 o pâncreas é capaz de produzir insulina. Contudo, a alimentação incorrecta e a vida sedentária, tornam o organismo resistente à acção da insulina (insulino-resistência), ou seja há interferência na capacidade da insulína ajudar a retirar glicose do fluxo sanguíneo para as células. Tal facto obriga o pâncreas a trabalhar em excesso, até que chega uma altura em que a insulina produzida deixa de ser suficiente em quantidade para colmatar a resistência periférica dos tecidos à hormona.

Quais são os sintomas?

A hiperglicémia (aumento de açúcar no sangue) geralmente convive com os seguintes sintomas: urinar em grande quantidade - Poliúria; sede constante - Polidípsia; fome constante - Polifagia; sensação de boca seca - Xerostomia.

Quais as complicações?

A diabetes de tipo 2 é uma doença metabólica com consequências principalmente a nível vascular, capaz de afectar o coração, o cérebro e os vasos arteriais renais e periféricos. Neste contexto, os diabéticos configuram uma população especialmente sujeita a enfarte do miocárdio, AVC, insuficiência renal, claudicação intermitente (insuficiência de circulação arterial nos membros inferiores), ou retinopatia (doença degenerativa na retina), eventos que podem ser potencialmente fatais.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Dia Mundial da Dança


Tonificação muscular, combate às gorduras extras, aumento da flexibilidade, melhoria da coordenação motora, da postura, da memória e do controlo da respiração... A lista de benefícios que a dança proporciona parece não ter fim. É em primeiro lugar a preocupação com a saúde que leva muita gente a arriscar os seus primeiros passos em diferentes coreografias. Dançar não faz bem apenas ao corpo, mas também proporciona bem-estar a nível mental. Outro incentivo que atrai os dançarinos é a possibilidade de conhecer gente nova e de aliviar o stress acumulado durante o dia, permitindo um relaxamento e recuperação de energias incomparável.

Actualmente, a dança é também utilizada em vários países, como o Brasil, na sua vertente terapêutica, visando a aproximação da dança à saúde. Esta prática está implementada em vários hospitais, sendo mais um caminho à aproximação das pessoas, tão necessário num ambiente hospitalar onde a empatia com o sofrimento alheio é fundamental para o acolhimento dos pacientes e dos seus familiares.

Curiosamente, a dança e a alimentação estão muito relacionadas. Basta pensarmos que as bailarinas, devido às necessidades estéticas, de leveza e graça para a dança, sofrem constantemente exigências para que apresentem um peso corporal extremamente baixo. Muitas vezes, para atingir a composição corporal desejada, recorrem a práticas inadequadas que visam a perda e o controlo de peso corporal, podem apresentar transtornos alimentares como a anorexia nervosa e a bulimia nervosa, além de outras consequências como irregularidades menstruais, fadiga muscular, alterações de comportamento e danos às estruturas esqueléticas. É bem demonstrado na literatura que bailarinas, bem como as ginastas, apresentam maior tendência a desenvolver distúrbios alimentares do que pessoas da mesma faixa etária que não praticam dança de competição. Estudos que compararam bailarinas, amadoras e profissionais, com grupos de indivíduos diagnosticados com algum transtorno alimentar e/ou com grupos controlo saudáveis demonstraram que em praticantes de ballet os resultados dos testes aplicados se assemelhavam mais com os de anoréxicas e bulímicas do que com resultados do controlo do mesmo sexo e idade. Devido à alta mortalidade, torna-se necessário um efectivo trabalho de prevenção e tratamento precoce destes transtornos em bailarinas. Com essa finalidade, deve-se dispensar a devida atenção à detecção destes distúrbios e à educação de pais, atletas e treinadores quanto à gravidade destes quadros, uma vez que tornam estas crianças e jovens mais susceptíveis a diversas complicações físicas e psicossociais.

Como vês, é indispensável analisar sempre os dois lados da moeda, pois dançar é saudável, mas como em tudo na vida, deve ser encarado com moderação. Vai uma dança?

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Agricultura Biológica: o futuro?


Um mito que tem persistido é que a agricultura biológica é um método de produção antiquado e atrasado, onde se deixam as culturas ao ar, esperando que os alimentos se desenvolvam. Na verdade, ela concilia os conhecimentos tradicionais com as técnicas agrícolas mais recentes. E o resultado é uma peça de fruta grande, atractiva e apetitosamente livre de químicos. São muitos os benefícios dos alimentos biológicos além dos prazeres visuais, do paladar e do olfacto. São mais do que notórias vantagens para a saúde e para o ambiente, sendo estas que distinguem a agricultura biológica da produção intensiva, que usa e abusa da utilização de químicos que além de tóxicos não são biodegradáveis e, por isso, acumulam-se no solo e contaminam os alimentos. Mas desengane-se quem pensa que na agricultura biológica não se usam produtos químicos; usam-se sim, mas naturais. Como é o caso de extractos de plantas com efeitos insecticidas para combater doenças e adubos e estrumes obtidos de excrementos orgânicos de animais. Além disso, recorre-se a uma luta biológica onde sapos, joaninhas ou lagartos se revelam muito eficazes no combate às pragas. O segredo que torna a agricultura biológica amiga do ambiente reside, assim, nestas técnicas de produção muito mais preventivas do que invasivas. O resultado é a manutenção da fertilidade dos solos pela rotatividade de culturas, redução do consumo de energia fóssil, preservação da biodiversidade, etc.

Muitos países como a França, Itália, Estados Unidos ou Japão despertaram mais cedo do que Portugal para os riscos dos alimentos produzidos a partir de químicos sintetizados; e o que começou por uma produção marginal, promete tornar-se substancial. Mesmo em Portugal continental, segundo dados do Relatório do Estado de Ambiente 2006, a superfície ocupada pela agricultura biológica “tem aumentado de forma considerável, passando nos 13 anos de 1994 até 2006, de 2799 para 269.374 hectares”, ou seja, de 0,2% do total de Superfície Agrícola Utilizada (SAU) para cerca de 7%. Sendo que é no Alentejo que a agricultura biológica tem maior representação.

E para quem ainda não ficou muito convencido, questionando-se, por exemplo, se uma cenoura biológica terá mesmo mais beta-caroteno do que uma convencional, fique a saber que de estudos realizados por cientistas da Universidade de Rutgers (EUA) comparando o conteúdo em minerais em vários produtos de origem biológica e convencional, se verificou surpreendentemente que a quantidade de ferro encontrada nos espinafres biológicos foi 97% mais elevada do que nos convencionais, enquanto o teor em magnésio também se mostrou aumentado em 99%.

Perante estes dados e porque a saúde não tem preço, qual a razão de não experimentares? E quando te deparares com o toque, o cheiro e o sabor, diz-nos qualquer coisa!

domingo, 27 de abril de 2008

É Hora De Agir!...



OS NÚMEROS SÃO ALARMANTES. Cerca de 30% das crianças portuguesas têm excesso de peso e esta percentagem não pára de aumentar. A Plataforma contra a Obesidade da DGS é um reflexo da vontade de agir que coincide com a necessidade europeia de empreender acções preventivas urgentes e a este respeito no ano de 2008.

Existem dois factores na base do crescimento da obesidade infantil. Por um lado, temos a perda dos valores tradicionais da alimentação que se reflecte na alimentação das crianças - menor consumo de sopa, frutos, hortaliças, legumes e cereais completos – e consumo de produtos de reduzido valor nutricional e elevada densidade calórica. Por outro lado, os Portugueses são de todos os povos da União Europeia aquele que apresenta maior nível de inactividade física.

A Plataforma contra a Obesidade entende que a abordagem à Obesidade Infantil envolve como princípio básico a prevenção. A orientação da família para estilos de vida saudáveis e a promoção e educação para a Saúde nas escolas são pilares essenciais das actividades e iniciativas do Projecto OI da Plataforma.
A estratégia de intervenção através da prevenção primária no ambiente escolar assume expressão máxima no Projecto OI da Plataforma contra a Obesidade. A parceria instituída entre o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação pretende firmar a importância que a escola assume no combate à obesidade infantil, sobretudo na promoção de ambientes saudáveis escolares, com espaço para todos os seus actores desde os pais, aos professores, às crianças, aos auxiliares de acção educativa, aos cozinheiros, para que todos possam agir com a mesma linguagem. Este programa visa também aproximar a comunidade em geral à escola, onde as autarquias e os Centros de Saúde assumirão um lugar de destaque. Importa referir que este projecto se alicerça no conhecimento desta doença infantil e, nesse âmbito, tiveram início, já este ano lectivo (2007/2008), 3 estudos com carácter de vigilância nutricional.

Fazer com que as crianças colaborem na cozinha desde pequenas e participem em ateliers e jogos com alimentos na escola pode ser interessante. É fundamental que percebam que existem alimentos que se devem ingerir diariamente e outros que são reservados para os dias de festa.


sexta-feira, 25 de abril de 2008

Comer Bem, Mesmo Fora De Casa

SÃO CADA VEZ MAIS as pessoas que optam pela alimentação fora de casa. Os motivos são os mais diversos: diferentes estilos de vida, horários desregulados e desencontrados, prioridades familiares e outros factores que afastam a alimentação para um segundo plano. Simultaneamente, verificam-se enormes mudanças nas disponibilidades alimentares e nos tipos de tratamento e transformações sofridas pelos alimentos que ingerimos no dia-a-dia. Mas esta realidade tem reflexos na energia ingerida diariamente, isto é, no consumo diário de calorias. Consequentemente, o risco de excesso de peso pode aumentar se não forem feitas as escolhas correctas.
Comer fora de casa pode e deve ser algo mais saudável. Uma oportunidade para viver uma experiência alimentar agradável, do ponto de vista nutritivo e sensorial, desde que as pessoas se encontrem devidamente preparadas e esclarecidas para este efeito.


Assim, relembramos 4 passos para comeres saudavelmente fora de casa:

1. Planeia antecipadamente
Os primeiros passos para o sucesso devem acontecer antes de chegar ao restaurante, devendo utilizar as seguintes estratégias:
  • Nunca chegues completamente esfomeado/a
  • Sempre que possível, selecciona cuidadosamente o teu restaurante
  • Se tiveres de esperar no bar pela tua mesa, pede uma bebida não alcoólica como a água com ou sem gás, um sumo de fruta natural ou um néctar

2. Tira o maior partido possível do menú


  • Tem sempre presente os objectivos de saúde
  • Verifica os pratos apelidados de saudáveis já que alguns, por exemplo, as saladas, podem continuar a ser ricos em azeite ou óleos, frutos secos, queijos e grandes fornecedores de calorias
  • Pergunta sempre sobre palavras ou tipos de cozinhados que não conheças, sobretudo nos restaurantes étnicos, chineses, tailandeses, indianos, etc
  • Não te esqueças de perguntar se alguns itens não poderão ser servidos de uma forma mais saudável. Será que os brócolos têm manteiga ou poderão ser servidos simples? Não poderá o pão vir só com o prato, evitando que se coma demasiado antes?
  • Sê criativo com as tuas escolhas. Desfrute de comida mais saborosa e variada, com menos gordura e menos calorias. Procure ter sempre à disposição uma quantidade generosa de frutos e vegetais. Peça sopa, sobretudo de legumes, em vez de uma outra entrada.

3. Toma controlo sobre ti própria/o

  • Come devagar. Experimenta o sabor e a textura da comida, a atmosfera, a conversa... E se a manteiga ou os croquetes de entrada te parecem irresistíveis, pede para os retirarem da mesa...
  • Se não consegues mesmo resistir à tua sobremesa favorita, limita a porção ingerida ou divide-a com um ou dois amigos.
  • Diz adeus à culpa. Lembra-te que um excesso ocasional não é problema para a maioria das pessoas. Retoma logo de seguida à tua dieta usual balanceada e saudável, procurando igualmente manter uma actividade física adequada.

4. Aprecia a refeição fora de casa

Comer fora é uma forma de apreciares pratos que, geralmente, não se preparam em casa. É também uma forma de relaxares e de entretenimento, uma oportunidade para experimentares comidas e sabores de diferentes origens, regiões e culturas. Mas acima de tudo, é uma excelente forma de combinares a alegria de comer na companhia da família e de amigos. Por isso, aproveita a companhia, a atmosfera e a comida saborosa e saudável…