segunda-feira, 28 de abril de 2008

Agricultura Biológica: o futuro?


Um mito que tem persistido é que a agricultura biológica é um método de produção antiquado e atrasado, onde se deixam as culturas ao ar, esperando que os alimentos se desenvolvam. Na verdade, ela concilia os conhecimentos tradicionais com as técnicas agrícolas mais recentes. E o resultado é uma peça de fruta grande, atractiva e apetitosamente livre de químicos. São muitos os benefícios dos alimentos biológicos além dos prazeres visuais, do paladar e do olfacto. São mais do que notórias vantagens para a saúde e para o ambiente, sendo estas que distinguem a agricultura biológica da produção intensiva, que usa e abusa da utilização de químicos que além de tóxicos não são biodegradáveis e, por isso, acumulam-se no solo e contaminam os alimentos. Mas desengane-se quem pensa que na agricultura biológica não se usam produtos químicos; usam-se sim, mas naturais. Como é o caso de extractos de plantas com efeitos insecticidas para combater doenças e adubos e estrumes obtidos de excrementos orgânicos de animais. Além disso, recorre-se a uma luta biológica onde sapos, joaninhas ou lagartos se revelam muito eficazes no combate às pragas. O segredo que torna a agricultura biológica amiga do ambiente reside, assim, nestas técnicas de produção muito mais preventivas do que invasivas. O resultado é a manutenção da fertilidade dos solos pela rotatividade de culturas, redução do consumo de energia fóssil, preservação da biodiversidade, etc.

Muitos países como a França, Itália, Estados Unidos ou Japão despertaram mais cedo do que Portugal para os riscos dos alimentos produzidos a partir de químicos sintetizados; e o que começou por uma produção marginal, promete tornar-se substancial. Mesmo em Portugal continental, segundo dados do Relatório do Estado de Ambiente 2006, a superfície ocupada pela agricultura biológica “tem aumentado de forma considerável, passando nos 13 anos de 1994 até 2006, de 2799 para 269.374 hectares”, ou seja, de 0,2% do total de Superfície Agrícola Utilizada (SAU) para cerca de 7%. Sendo que é no Alentejo que a agricultura biológica tem maior representação.

E para quem ainda não ficou muito convencido, questionando-se, por exemplo, se uma cenoura biológica terá mesmo mais beta-caroteno do que uma convencional, fique a saber que de estudos realizados por cientistas da Universidade de Rutgers (EUA) comparando o conteúdo em minerais em vários produtos de origem biológica e convencional, se verificou surpreendentemente que a quantidade de ferro encontrada nos espinafres biológicos foi 97% mais elevada do que nos convencionais, enquanto o teor em magnésio também se mostrou aumentado em 99%.

Perante estes dados e porque a saúde não tem preço, qual a razão de não experimentares? E quando te deparares com o toque, o cheiro e o sabor, diz-nos qualquer coisa!

1 comentário:

Manuela Marinho disse...

Realmente os produtos da agricultura biologica são mais saudaveis e saborosos. No entanto continuam a ser demasiadamente caros para o consumidor,razao pela qual o seu consumo é baixo.
parabens pelo blog.
visitem o nosso blog.
Paprika